Desde a première do filme, no
festival de Sundance em 2010, a jovem atriz Jennifer Lawrence vem colecionando
prêmios e indicações. Aos 18, ganhou o troféu Marcello Mastroianni, no Festival
de Veneza, por sua performance em “Vidas que se cruzam”. Resultados esperados
depois do belíssimo trabalho por ela concebido em Inverno da Alma, dirigido por
Debra Granik. Jennifer é Ree Dolly, uma garota que aos 17 em nada aparenta
ingenuidade ou fragilidade. Filha de Jessup, um foragido fabricante de drogas
caseiras, deixa como herança, após semanas desaparecido, o triste fardo de
sustentar duas crianças e uma mãe inválida. A batalha começa quando a casa é
tida como fiança, no caso de Jessup não aparecer. Indispensável mencionar que o
próprio concedeu a proposta à polícia. A região montanhosa de Ozark, sudoeste
de Missouri evoca toda uma atmosfera sombria e árdua diante da busca de Ree por
uma cinza, um resquício sequer do próprio pai, para que conserve o abrigo
familiar aos entes que com tanta maestria e afetuosidade zela. Ela não hesita em cogitar se alistar no exército
no intuito de trazer alguma estabilidade à família, porém, infortunadamente,
não é concretizado, já que os pais devem estar presentes no momento do
alistamento, por ela ser menor de idade. O desespero é iminente quando uma
semana antecede a prova de que Ree precisa para apresentar à polícia e
manter-se na casa. A incessante busca é uma verdadeira luta pela sobrevivência
em nome do amor à família.