Jean-Dominique Bauby (Mathieu Amalric) é um jornalista de renome. Editor da revista Elle, era influente e vivia cercado de belas mulheres. Até o dia em que sofreu um AVC e ficou preso a uma condição extremamente rara conhecida como ‘locked-in syndrome’, também conhecida como Síndrome do Encarceramento. Seu corpo perdeu quase todos os movimentos, embora sua mente funcionasse perfeitamente. A única coisa que era capaz de fazer era piscar o olho esquerdo. Com a ajuda de uma secretária e de um método especial de comunicação, Bauby escreveu um livro de memórias que serviu de base para O Escafandro e a Borboleta (2007).
No início, vemos o mundo pelos olhos do jornalista que acaba de acordar sem saber de sua condição – ou seja, são médicos, enfermeiras, imagens borradas, nada muito definido ou compreensível. Aos poucos, conforme ele recobra a consciência e os médicos diagnosticam seu problema, uma terapeuta começa a trabalhar uma penosa, mas eficiente, forma de comunicação. Ela desenvolve uma placa com as letras do alfabeto, vai falando uma a uma e ele pisca para confirmar as palavras de sua escolha, letra por letra. Dessa forma, Bauby escreve um livro fabuloso de memórias.
Dirigido por Julian Schnabel (Prêmio de Direção em Cannes e Globo de Ouro do ano passado, além de uma indicação ao Oscar nessa categoria), o filme abre as suas possibilidades para a vida de Jean-Do, como o jornalista era conhecido, para o seu passado, sonhos e fantasias.
Bon vivant, Bauby (Mathieu Amalric) não ligava muito para a ex-mulher, Céline (Emmanuelle Seigner), e os três filhos pequenos. Sempre cínico, seu estado de espírito não muda depois da paralisia. Ele nunca demonstra pena de si mesmo. Quando um amigo comenta que a mais nova fofoca dos cafés parisienses é que ‘Jean-Dominique virou um vegetal’, ele próprio se pergunta ‘de que tipo? Uma cenoura? Um picles?’. Aos poucos, O Escafandro e a Borboleta deixa claro que o personagem conserva intacto seu espírito, apesar de sua condição física.
O título, na verdade, reflete a contradição de seu estado. Seu corpo pesado e inerte, tal qual um escafandro, depende sempre da ajuda dos outros. Enquanto isso, sua mente pode voar como uma borboleta, para o passado ou até lugares que ele não conhece.
O Escafandro e a Borboleta é também um filme sobre pais e filhos. No primeiro dia dos pais depois do AVC, quando seus três filhos o vêem pela primeira vez naquele estado, a data adquire uma nova conotação. Ele diz que esse dia nunca fez parte do calendário afetivo da família – mas agora o faz. Na outra ponta da família está o pai (Max Von Sydow) de quem Bauby cuidava, para quem agora é doloroso o estado do filho. Com roteiro assinado por Ronald Harwood, o filme foge da previsibilidade ou do sentimentalismo que o tema tantas vezes provoca. O resultado é um filme sensorial, que, como o livro de Bauby, é uma homenagem ao poder da imaginação e à escolha pela vida
2. Chains of Love - The Dirtbombs
3. All the World Is Green - Tom Waits
4. Ultra Violet (Light My Way) - U2
5. Don't Kiss Me Goodbye - Ultra Orange & Emmanuelle
6. Pale Blue Eyes - The Velvet Underground
7. - Ramshackle Day Parade - Joe Strummer and the Mescaleros
8. Theme For the Diving Bell and the Butterfly - Paul Cantelon
Download Link - http://rapidshare.com/files/146599049/The_Diving_Bell_And_The_Butterfly.zip.html
acabei de olhar o filme, é fantástico! vim tentar achar a tradução da música "Theme For The Diving Bell And The Butterfly " que deixa o final do filme melhor ainda e encontrei este blog.. muito boa tua descrição do filme.
ResponderExcluirObrigada, Silvane, sinta-se sempre bem-vinda no Le Tracks, se quiser postar novas sugestões de filmes também são bem vindas... obrigada.
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